Era o mar que ele queria navegar…
Trazia na diáfana pele
A tranquilidade do caminho tantas vezes percorrido
A mulher vestida de chuva
Sacode dos cabelos a fragrante bruma…
Trazia na alvura do seio farto
A promessa da paz que se anseia
Pousada a cabeça no seu regaço
Dormir o sono tranquilo dos apaixonados
A mulher vestida de chuva
De tenros lábios carmesins…
Segregava calor em promessas
A imensidão da ténue chama
Do mal-me-quer diáfano
Pragana no campo desfolhado
A mulher vestida de chuva
No ventre ardente e fértil…
Trazia o segredo da eternidade
Em ondas revoltas e feras
Na aurora da estação virtuosa
A mulher vestida de chuva
Nos braços alongados e ternas mãos…
Trazia a jura da liberdade original
Do peso do mundo que paira no entardecer da vida
A mulher vestida de chuva
No ofegante sopro estival
Desvaneceu-se, fantasmagórica espiral ondulante
Miragem na terra ardente, solo árido de fogo lambido."
Morgaine Wordsworth 13/09/2010
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