quarta-feira, agosto 11, 2010

Ecos na Catedral

Os teus olhos são vitrais
Que mudam de cor com o céu
E quando sorriem iguais
Quem muda de cor sou eu


Tomara teus olhos vissem
O amor que tenho por ti
Nem o entardecer me acalma
Na ânsia de te ter aqui



E o perfume, o incenso
Os ecos de uma oração
Misturam-se num esboço imenso
Apagam-se na solidão



Fui para um templo de pedra
Escolhi um local isolado
Que me faça esquecer tua voz
Que me faça acordar do passado



Escondida em sitio sagrado
E não me apetece o perdão
Devo estar enfeitiçada
Náufrago do coração



Não sei se perdoo o meu fado
Não sei se consigo enfim
Um dia esquecer que teus olhos
Sorriem mas não para mim.


Ecos na Catedral, in movimento - Madredeus

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