quinta-feira, maio 20, 2010

Conflito de Ícaro


«Sozinho o menino
nas asas de Ícaro voou
Das alturas a vida observou,
colinas, montes, rios, vales e mares
O soluço sufocou
insignificante duplo ser,
a preciosa quimera abrigou.

Sozinho o menino
nas asas de Ícaro voou
Percorrer o mundo anelou
voltear edifícios, pontes, colossos...
Ao lar, com a setentrional bússola,
Homem voltar.

Sozinho o menino
nas asas de Ícaro voou
Dela, as longas melenas, as suaves mãos,
os meigos lábios, os alvos seios desejou...
seu nome em êxtase expresso
o vento levou!

Sozinho o menino
nas asas de Ícaro voou
Esquecer fantasiou
amigos, conhecidos e gentes...
Planando sobre brancas nuvens
transpondo cinzentas formações
a utopia por fim desmoronou.

Sozinho o menino
nas asas de Ícaro voou
o coração apertado...
Dela, promessas, lágrimas e lamentos recordou
Seu nome um gemido
que a copiosa chuva lavou!

Sozinho o menino
nas asas de Ícaro voou
Do sonho infantil lembrou
explorar lua, astros e estrelas,
cavalgar cometas,
nadar na leitosa galáxia
Tocar os deuses...
dos anjos ouvir as trombetas
no boreal anil do infinito azul! »

(Morgaine W. - 2010.05.03)

Crédito da Imagem: John Davis "Icarus" (imagem digital em http://fineartamerica.com/images-medium/icarus-john-davis.jpg )

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